quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cachorro Não É Brinquedo!!!




Sempre gostei de cães, mas o trabalho não me permitia ter mais que um deles, pois não tinha muito tempo para dar-lhes a devida atenção.

Além disso, por ter perdido uma grande companheira, uma gatinha chamada Chana, que morreu aos 13 anos, não estava animada em ter outro cãozinho. Ela teve uma compressão na medula e não podia mais andar. Tentei de tudo, mas, infelizmente, ela se foi. Depois disso, decidi que não iria mais criar gatos, pelo menos até me recuperar.

Alguns anos depois, decidi que iria adotar um gatinho para me fazer companhia e à minha cadelinha Nina. Quando tomei essa decisão, meu pai me relatou, chocado, o que acontecia com um yorkshire em seu trabalho.

Ele dizia que deixavam o cachorrinho na varanda do apartamento e batiam nele se ele tentasse entrar no apartamento, não se preocupavam em limpar as fezes dele e só colocavam um tapete fininho de banheiro para ele dormir.

Quando chovia, ele ficava lá se molhando todo e, no outro dia, a "dona" passava o perfume dela para que o cachorro não ficasse fedendo. Isso quando ela não passava  aquele desodorizador de ambientes. Eu fiquei completamente chocada com essa situação e pedi para meu pai falar com a família, pois, se não, eu mesma iria lá. Meu pai decidiu conversar com os "donos" do bichinho. Eles disseram que  compraram o cachorrinho para a filha, mas que ela só cuidou dele enquanto era filhote e que, depois que ele ficou adulto, queriam se livrar do animal, pois diziam que o Tunico era muito agressivo. Mas é claro, ele não sabia o que era carinho, ele só apanhava!

Não foram precisos muitos argumentos para que eles resolvessem nos doar o Tunico.

Quando ele chegou em casa, a nossa aproximação foi um pouco complicada, mas eu entendia que ele tinha medo e a agressividade era a única forma que ele tinha para tentar se defender. Observei que ele gostava de passear e que, mesmo com medo, me deixava colocar a coleira. Aproveitei essa chance e comecei a dar carinhos e gratificá-lo quando ele não era agressivo. Não demorou muito e, em uma semana, eu já andava com ele no colo para todos os lugares. Senti que a cada dia que passava a confiança dele crescia e o medo consequentemente diminuia.

Hoje ele é o meu filho amado e querido, me protege, não deixa ninguém entrar em nosso quarto e é o xodó de casa, toda a família o ama muito, principalmente eu, que durmo e acordo com esse cãozinho que me faz sentir a pessoa mais amada do mundo. Ele está do meu lado em todas as horas! Eu adotei e fui adotada pelo Tunico. Não me arrependo de ter feito vários sacrifícios para o bem estar dele, pois tudo é recompensado quando ele me olha com aquela carinha de agradecimento. Mas, no fundo, no fundo, sou eu que sou eternamente grata por tê-lo comigo!



Nathalya Silva é também a guardiã da Jolie. Seu objetivo ao contar essa história é mostrar que cães não são brinquedos e devem ser tratados com respeito.

3 comentários:

  1. Estas histórias são muito mais comuns do que se imagina. Um animalzinho comprado para dar de presente a um fiho que, passada a fase da novidade, o deixa de lado. Isto se aplica a qualquer tipo de bicho: cães, gatos, tartarugas, peixinhos de aquário, aves.
    Então, quando se pensar em dar a uma criança a oportunidade de ineragir com um animal, o que é bom para a educação e formação dela, é preciso que toda a família esteja engajada nesse projeto porque, se a criança - como é natural - perder o interesse no pet, o resto da família assumirá o papel de cuidadores e guardiães. O que não é admissível é que um ser vivo seja tratado como um brinquedo descartável.

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  2. Comentário da Suzane Faria:

    Excelente depoimento para a época quando pais irresponsáveis compram animais para satisfazer birras de crianças.
    A história do meu Billy José é quase igual: foi comprado por 1 vizinha no RJ pq as filhas queriam um cachorro. Detalhe: a mãe não gostava de animais e a exigência é que ele moraria na varanda e assim viveu por quase 2 anos - sem passeios, sem carinho - com comida, água, jornal, o máximo que via de rua era quando ia ao pet ser tosado (detalhe: era raspado todo, acertar o pelo foi terrível, não pode usar máquina pq ficou alérgico e ir ao pet é um terror pra ele). Quando ela soube que eu ia mudar para 1 casa em Brasilia, bateu na minha porta com ele embaixo do braço perguntando se eu não queria ficar com aquele traste já que ia mudar para uma casa. Querer eu não queria, mas doeu meu coração e lá veio Billy pra Brasilia conosco. Até hj ele tem problemas: detesta outros cães, não pisa na grama, urina pela casa, não fica longe de mim quando estou em casa nem um minuto (late compulsivamente). Nesses anos nunca mais fui ao banheiro ou tomei banho sozinha. Está velhinho, começando a perder a visão, meio surdo, mas meu grande companheiro - nem imagino minha vida sem ele!

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