quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ADOÇÃO DE ANIMAIS ADULTOS: UMA DECISÃO SEM MISTÉRIOS

Sou louca por animais. Sempre fui. Principalmente por cachorros. Tive o Yuki quando era pequenina e, depois, a Ivna, uma pinsher que ganhei aos 12 anos e que viveu comigo até o nascimento de meu segundo filho. Depois disso, eu e minha família tivemos um labrador amarelo, quando passamos uma temporada nos Estados Unidos, e que, infelizmente, teve que ser doado para um colega de trabalho de meu marido quando voltamos para o Brasil. Em 2006, se não me engano, pesquisando na internet sobre adoção de animais (pois minha mãe queria adotar um cachorro de grande porte e que fizesse barulho com a chegada de estranhos) acabei conhecendo a ProAnima. Olhando o site do grupo, minha mãe se interessou por um animal que estava hospedado na clínica Prontovet. Resolvemos visitá-lo mas, chegando lá, o dito cachorro rosnou pra ela e houve uma imediata e inesperada antipatia entre os dois. Quando já pensávamos em ir embora, um outro cachorro, também de porte grande, e que estava solto dentro da clínica, se proximou de nós. Era o Paco, um lindo pointer encontrado abandonado no ParkWay e que quase tinha morrido de penumonia. Mamãe adorou o Paco e ele também pareceu gostar dela. Marcamos uma visita do Paco e de um voluntário da ProAnima na casa da mamãe. Na saída, vi presa em uma gaiola da clínica uma cadelinha malhada. Ela tinha um ar de tanta tristeza e desamparo que me aproximei. Quando vi, já estava tirando a mocinha da gaiola e puxando para o meu colo. Ela era chamada Lenita e tinha sido abandonada no quintal de uma casa (segundo o pessoal da clínica, ela tinha ficado 3 dias seguidos sem água e sem comida e só foi resgatada graças a denúncias de vizinhos). Meu Deus, aquela cadelinha tinha que ser minha, era só o que eu conseguia pensar! Na época eu já tinha um bichon frisée, o Zé Luis, e dois pastores alemães. Apesar de meu marido também gostar de cachorros, achei que ele não iria aprovar a idéia de termos mais um. Cheguei em casa e, como temia, a minha idéia não foi bem recebida por ele. Mas claro que eu não pensava em desistir fácil. Na verdade, demorou uns dois dias para convencê-lo a adotar a Lenita (até sonhar com ela eu tinha sonhado - e acho que foi isso que o fez, enfim, ceder). Como os dois animais estavam hospedados na mesma clínica, liguei para a Simone e pedi para ela levar também a Lenita para nos visitar (e foi nessa ligação que fui verificar que já conhecia a Simone do Country Club, da época em que nós duas fazíamos equitação). Enfim, no dia marcado, lá foram o Paco, a Lenita e a Simone nos visitar em casa (eu e minha mãe moramos bem próximas uma da outra) e a visita se transformou em permanente, pois lá mesmo os dois ficaram em definitivo. Depois do Paco, minha mãe adotou a Juma, uma pastora alemã da ProAnima e o meu irmão a Lara, uma SRD que tinha sido animal de experiência da UPIS. Depois da adoção da Malu, eu tirei da rua duas cadelas, a Lola, em 2008 (uma cachorrinha SRD que, por ser muito arisca, teve que ser pega com rede de pesca), e a Dora, em 2009 (uma mestiça de akita com labrador, que encontrei à beira da morte no Lago Sul). Ambas estão ótimas, a Dora totalmente recuperada da doença do carrapato e a Lola, carinhosa e extremamente apegada a mim. Engraçado que eu nunca adotei um filhote. Sempre preferi animais adultos. Pra quem acha que um animal adulto não se adapta a um novo lar, digo que isso não é verdade. Basta ver a perfeita harmonia com que os meus 6 cachorros convivem entre si e com a minha família (claro que, às vezes, rola um estressinho básico entre eles, mas que a gente dá sempre um jeito de contornar...).
Amo meus cachorros e eles me fazem muito felizes. Não saberia viver sem eles.







Elisa Salomon é voluntária da ProAnima e escritora.

3 comentários:

  1. Lindo depoimento. Fico tão feliz quando recebo e-mails assim. É tanta notícia ruim todos os dias sobre animais mortos, maltratados, doentes, atropelados,abandonados. Pro dia nascer feliz, como dizia o Cazuza, tínhamos de ter um depoimento desses antes da alvorada. Parabéns para essa mãezona e sua família e obrigada ao pessoal do site por compartilhar conosco essas lindas histórias.

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  2. Lindo depoimento! Concordo plenamente que adotar animais adultos é maravilhoso: dos meus 8 adotados (4 cães e 4 gatos), somente meu gato Gil foi lá prá casa filhote e os outros não tiveram nenhum problema de adaptação, mesmo vindo das ruas, tendo sofrido muito e com a natural desconfiança inicial sobre os humanos. O amor e fidelidade deles não tem preço!

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  3. nossa, eu fui lar temporário da Lara em 2003, nem podia imaginar que ela ainda estava viva, e numa família tão legal! Tb adotei 5 adultos, a última adotei há um ano (hoje ela está com 11), e concordo com tudo, eles são muito adaptáveis, aprendem tudo em qualquer idade.

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