Adotei a Suza há 2 anos.
Sempre gostei muito de animais e não enxergava minha vida sem um cachorro do lado. Tive essa companhia de quatro patas a infância inteira! Quando me casei, a Yoko, bull terrier da família, ficou na casa da minha mãe. Minha mãe dizia “Apartamento é crueldade, e aqui ela fica mais feliz”. Suspirei e deixei minha Yokito lá sabendo que ela continuaria sendo bem cuidada.
Mas a vontade continuava falando alto. Só que em apartamento as coisas são mais complicadas que numa casa e eu e meu marido ponderávamos muito. Os cuidados são maiores: tem que descer pra passear com mais frequência, para fazer as necessidades, não havia a mínima possibilidade de dar um banho de mangueira quando a cachorra precisasse.
Optamos por fazer o teste como lar temporário de algum animal da ProAnima, e a Suza era uma cachorrinha que estava precisando. Já a conhecia de outros trabalhos voluntários e já éramos "amigas". A Suza, para quem não conhece, é uma cachorra que foi resgatada de uma operação do Ibama contra maus tratos. Vivia apertadinha, sem saúde, parca comida, e muitas doenças com mais de 30 outros bichos! Tomava Gardenal, tinha dificuldades locomotoras e um geniosinho difícil (também pudera! Só Deus sabe o que ela viveu)!
Eu respondo com outra pergunta: se eu tinha condições de cuidar, por que não? Quem quer se dedicar e dar amor a um animal não escolhe idade, saúde. Aceita o animal como ele é. E tive a sorte de a Suza me aceitar com muito amor na sua vida e ser uma verdadeira escola para mim e para minha família. E uma escola de carinho e afeto recíprocos. Os cuidados são muitos? Sim. Mas não tinha como ser só lar temporário, tínhamos que adotá-la!
Embora inicialmente a Suza tenha tido ciúme de meu filho pequeno, vi que a socialização com pessoas, outros cães e animais era só uma questão de dar-lhe atenção e ensiná-la. Não sei se ela tinha tido essa oportunidade antes. Seus problemas de locomoção melhoraram também. Apesar de, quando muito empolgada, ainda cair e não se equilibrar muito no lado direito, melhorou muito, e corre, pula e trota pela casa quando lhe convém e como cachorra gulosa que é, é uma assistente de cozinha fenomenal!
Hoje em dia a família aumentou. Adotamos mais 3 gatinhos que achamos abandonados embaixo de nosso bloco e ela convive bem com todos. Dizemos que é um ser evoluído: aguenta bem as brincadeiras frenéticas de todos os filhotes lá de casa e é uma amiga leal à beça. Não me arrependo. Recomendo a todos a adoção. É um aprendizado muito grande que se ganha em termos afetivos, de responsabilidades e cuidados que se pode ter com um ser. E que dinheiro nenhum no mundo pode pagar.
Marília Malheiro mora em Brasília, é casada, tem um filho humano e quatro peludos adotados: a Suza e três gatinhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário